Todo mundo tem um superpoder. Trabalho com pessoas de todos os tipos, de várias origens, há mais de 30 anos no food service. E posso afirmar: independentemente da função ou do ramo em que atuam, todos têm um superpoder.
É uma combinação única de atributos e atitudes que, quando colocados em prática, criam uma versão memorável da experiência do cliente.
Pode ser comunicação, atenção aos detalhes, empatia, adaptabilidade, conexão genuína, capacidade de trabalhar em equipe, visão estratégica ou simplesmente… um sorriso cativante.
Alguns desses poderes podem ser treinados. Mas muitos já estão aí dentro de você, mesmo que você ainda não saiba. É como o Homem-Aranha, que só descobriu seus poderes depois da picada da aranha.
Só que, no nosso caso, a “picada” é a prática.
É viver o atendimento.
É passar por uma mesa comemorando e outra brigando — e saber como agir nas duas.
Hospitalidade é saber fazer algo antes que o cliente precise pedir.
É antecipar. É perceber. É agir com intenção.
É Omotenashi.
Se você vai até a horta e encontra um alecrim, ele estará com a qualidade daquele momento específico. Mas, quando você passa a mão nele… o aroma se revela. Ele se entrega no melhor estado daquele instante.
Com pessoas é igual. Às vezes, o talento está ali apenas esperando a fricção certa para se revelar.
No seu restaurante, o que vende mais nem sempre é o melhor produto. Clientes querem experiências memoráveis.
Quantas vezes você já ouviu a frase: “o que mais sai?”
Nas pessoas, cada um tem o seu gosto — e seria sua tarefa descobrir qual é o gosto daquele momento.
A grande sacada não é encerrar a experiência após o espetáculo do jantar, mas fazer com que ela vire conversa de família e amigos por semanas — talvez meses. Isso não se compra. Isso se constrói.
Deixe simples. Considere os cinco sentidos e crie um sexto: o da emoção.
As pequenas coisas são importantes. A excelência está nos detalhes repetidos com consistência.
Hospitalidade não se ensina com palavras. Você precisa querer fazer.
Ela precisa estar no seu DNA, virar processo, virar cultura.
Precisa ser sustentável, saudável e, sim, rentável.
Se você pensa em expandir, abrir outras unidades, meu conselho é: reconstrua primeiro o DNA da sua operação original.
Leva tempo.
Porque não interessa quem está trabalhando — a experiência precisa ser sempre igual. Sempre boa. Sempre autêntica.
O dono tem a obrigação de criar o cenário para os detalhes de hospitalidade acontecerem.
O staff tem a obrigação de executar todos os dias.
Exemplo? Sorrir.
A comida é consistente. A bebida tem padrão.
Mas o que fideliza é a confiança.
Você já conhece o cliente. Chama pelo nome. Ele nem precisa do cardápio. Você já oferece aquilo que ele gosta. Isso é fidelização. Isso é hospitalidade de verdade.
A maioria está na “guerra” por novos clientes.
Mas você já pensou no custo de conquistar um cliente novo?
E se, em vez disso, você vendesse 10 vezes para o mesmo cliente fiel?
Não seja só um vendedor de comida.
Seja criador de memórias.
Não seja um restaurante comum.
Seja um palco para histórias.
Hospitalidade não é só técnica.
É inspiração. É sensibilidade.
É você se importar de verdade.
Quer outro exemplo?
Enquanto eu escrevia este artigo em uma cafeteria, a atendente do balcão perguntou se eu queria que ela esquentasse o meu café, já que fazia muito frio e ela notou que fazia tempo que eu não bebia.
Por quê? Porque alguém pensou nisso. Intencionalmente.
Garanto que ninguém treinou ela para isso.
E isso virou diferencial.
Ela tem um superpoder — e talvez nem saiba.
Enquanto todo mundo corre atrás da próxima tendência, essa marca criou uma lembrança simples que ninguém copia porque exige atenção e constância.
No fim das contas, não vão lembrar do sabor exato.
Mas vão lembrar de como se sentiram ali.
Marque uma reunião. Peça para os garçons — ou para qualquer funcionário, de qualquer ramo — contarem como conseguiram surpreender um cliente.
Hospitalidade é invisível, mas se sente.
Não é esforço. É alma.
Não é fórmula. É conexão.
Você não serve só comida.
Você serve cuidado, respeito e humanidade.
Então eu te pergunto:
O que fez o Clark Kent tirar os óculos e virar o Superman?
Qual é o seu superpoder?
Se você quer despertar os superpoderes da sua equipe, fortalecer a experiência do seu cliente e transformar hospitalidade em estratégia real de diferenciação e fidelização… eu posso ajudar você e seu negócio a criarem memórias que marcam e vendem.